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domingo, 19 de julho de 2015

O caminho da perfeição para todos: três pontos a meditar


  Segundo nosso estado de vida, todos devemos nos consagrar a Deus; seja o solteiro ou casado, o viúvo ou celibatário, não importa, todos temos os nossos graus e exigências de consagração ao Evangelho. Importa sabermos disso e buscarmos, com consciência e amor, sermos cada vez mais fiéis àquilo que Deus nos pede. Poderíamos resumir o sentido fundamental da vida de consagração a Deus no sentido de um caminho mais radical, segundo o modelo de São Gregório de Nissa, observando três fases fundamentais:

  Primeiro, o caminho da iluminação, o desenvolvimento da plena consciência e a purificação exigida pela mesma; lucidez corajosa da via dos cristãos que desejam ver a Cristo. Deixar-se iluminar, é deixar-se possuir pelo Santo Espírito de Deus, excluindo a própria vontade e deixando que Deus nos mostre o que somos e o que devemos ser. É a fase de se “ver no espelho”, momento de deixar cair as máscaras e promover a sinceridade na vida.

  Em segundo lugar, a prática, dimensão esta que ainda serve a Evágrio Pôntico para dispor conselhos de vida espiritual. É o momento de praticar o Evangelho, palavra por palavra, letra por letra, a hora de levar a sério os Conselhos Evangélicos e não ser cristão apenas “de boca”, mas “de fato”. A prática nos leva à perfeição e por isso ela é tão importante e pessoal; não se pode praticar pelo outro, somente eu posso fazer esse bem a mim e o outro a si.

  E, em último lugar, a fase das trevas, ou seja, da erradicação completa da personalidade no sentido da máxima exigência da renúncia, condição da aurora espiritual. É a hora de, depois de deitar fora tudo o que não leva à Cristo, abraçar tudo o que Deus quer, abandonando seu homem velho e transformando-se num homem novo, renovado ao modelo de Jesus. Então: sou iluminado por Deus; começo a praticar suas obras e virtudes. Depois sou chamado a me ver por dentro e a jogar fora, erradicar qualquer coisa que dentro em mim ou fora de mim me põe longe de Cristo.


  Para trilhar, realmente, este caminho será necessário a ascese; a ascese é, neste sentido, e fundamentalmente aquilo que ela diz etimologicamente — “um exercício”, uma intensificação, uma concentração de energias capazes dessa reintegração do ser e resignificação da própria história. Complementarmente, é o ideal de qualquer um que queira se consagrar a Deus de forma pura e em qualquer estado de vida; uma fórmula de vida que se inscreve nesse sentido de passagem do efêmero ao permanente, do ter ao ser e do menos ser ao ser em plenitude. 

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