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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sobre o jejum


  Os filhos de Nínive praticaram um jejum puro quando Jonas lhes pregou a conversão. Com efeito, está escrito: Assim que ouviram a pregação de Jonas, decretaram um jejum permanente e uma súplica ininterrupta, vestiram-se de saco e sentaram-se na cinza. Despiram as vestes delicadas e, em vez delas, vestiram-se de serapilheira. Recusaram aos lactantes o seio das suas mães e não levaram o gado às pastagens (cf Jn 3). […]

  E eis que está escrito: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez». Não está dito: «Viu a abstinência de pão e água, com saco e cinza», mas que «se convertiam do seu mau caminho». […] Foi um jejum puro, o dos ninivitas, um jejum que foi aceite: o jejum com que se afastaram dos maus caminhos e da rapacidade das suas mãos. […]

  Pois, meu amigo, quando jejuamos, a melhor coisa é sempre a abstinência da maldade. É melhor que a abstinência de pão e água, melhor que «curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza», como disse Isaías (58,5). Com efeito, quando um homem se abstém de pão, de água ou de qualquer alimento, se cobre de saco e se aflige, é amado, belo e aprovado. Mas aquilo que mais agrada é que ele se humilhe, que «se liberte do jugo» da impiedade e que «quebre toda a opressão» do erro. «Então, a tua luz surgirá como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar», «serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis» (Is 58,6ss).


Fonte: Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul 

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